segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Ir...

Promessas! queria queimá-las,
Adiante, vejo o silêncio da flor.
Conduzido pelos ventos
É como viver um afago solitário.

Mas eis que aqueles lábios de pétalas
Quebram a quietude dessa paisagem,
E entremeio a seus beijos,
Vejo ruídos de felicidade.

Sigo outonos sem destino,
Vejo cego os laços da tua imensidão.
E ouvindo rastros,
Amanheço desfeito,
Pelas roseiras de teus encantos. 

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Primazia sem deuses



Com ar de manhã azul, hoje a tarde gélida se apresenta com aroma de pureza. Os olhos da noite chamam-nos ao apego dos braços do tempo, triste ilusão viver no compasso de ponteiros previsíveis. Queria ser meu próprio Cronos, bebendo dos ventos do meu destino sem temer a repulsa de não mandar nos meus minutos. Sina de Humano, viver entre grades invisíveis pinceladas por ponteiros. Preciso de um entardecer diferente!
Quero que o sol demore horas atrás daquelas poucas nuvens a chamar a noite. Não existe alguém com coragem o bastante para puxar com ordens o brilho hipnótico da lua cheia?
Ah, como seria belo se todos observassem durante dias e durante os dias as estrelas, tentando dar formas aos seus espaços. Gritem os que viveram momentos em que as infinitas palavras não foram capazes de descrever emoções. Publiquem seus diários, onde suas linhas teçam o perfume de ver a união das nuvens a se abraçarem para juntas molhar a terra em água de chuva.
Tempo e Natureza, por que não nos obedecem?
Será a essência?

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Porta de Vidro



Era madrugada de segunda feira, só se ouvia as vozes do vento penetrando nas folhas das arvores, mas aquele silêncio me transportava. Quatro passos até chegar à esquina. Nesse estante parei, percebi vultos se aproximando, dei mais seis passos e ali, na minha frente, vi uma porta de vidro, algo me mandava seguir, mas a teimosia e aquela breve anestesia de não pensar em mim mesmo me deu forçar para aproximar.

Dois segundos pensando, decidi entrar naquela porta de vidro com reflexo pro nada. Entrei, meus olhos reparavam minha própria imagem sendo pincelada em um baú de lembranças, de lá eu podia ver a poeira a se formar como fumaça a lamber as pedras do calçamento.  Sentei e comecei ouvir histórias do meu passado contadas pela minha própria voz. Já esquecia as estrelas ofuscadas pela escuridão da madrugada. Agora, centrava meus sentidos para as doses de sabedoria que o tempo me propunha, ele utilizava como protagonista dessa escola, um professor chamado medo!